terça-feira, 28 de agosto de 2012

Intoxicação por Chocolate em Cães

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Já falamos sobre os riscos de dar chocolate para o seu cachorro. Na reportagem feita pela Débora Carvalho Meldau, você encontrará mais informações sobre o efeito tóxico dessa substância e o que pode ser feito para socorrer o seu cachorro.

Diversos alimentos que fazem parte da alimentação dos seres humanos não devem fazer parte da dieta dos cães, dentre eles estão o café, a cebola, o alho e o chocolate, sendo este último o responsável pela maior parte dasintoxicações alimentares em cães.
Compondo o chocolate estão carboidratos, aminas biogênicas, neuropeptídeos e metilxantinas (cafeína e a teobromina), com o problema residindo exatamente nessas últimas.
A teobromina, que é encontrada no chocolate em quantidade bem superior a cafeína, é a mais perigosa para os cães, sendo que a quantidade dessa substância aumenta de acordo com o teor lipídico do chocolate, sendo maior em chocolates amargos. Contudo, a cafeína, embora seja encontrada de 3 a 4 vezes em menor quantidade no chocolate do que teobromina, também contribui para o quadro de intoxicação.
As metilxantinas são altamente lipossolúveis, atravessando com facilidade as barreiras hemotoencefálica e placentária, sendo absorvida rapidamente pelo trato gastrointestinal. Após cair na corrente sanguínea, estas substâncias alcançam diversas partes do organismo e, quando no sistema nervoso central, competem com a adenosina, que é um inibidor pré-sináptico neuromodulador, ocasionando então excitação.
As manifestações clínicas podem surgir concomitantemente ou de forma isolada, tipicamente dentro de 6 a 12 horas após a ingestão de chocolate, podendo persistir por até 3 dias, e inclui diarreia, vômito, polidipsia, poliúria, excitação, tremores, taquicardia ou bradicardia, febre, respiração acelerada, convulsão e coma. Em alguns casos, também pode ocorrer hemorragia intestinal, dentro de 12 a 24 horas após a ingestão de chocolate.
A teobromina tem meia-vida de 17,5 horas, mas pode permanecer no organismo cerca de 6 dias após ser ingerida, pois ela é excretada pelo fígado e não pelos rins. Desta forma, a quantidade tóxica não precisa ser ingeridas de uma só vez.
A dose tóxica varia de acordo com o porte físico do animal, a sensibilidade do animal à teobromina e também com o tipo de chocolate que é ingerido. Contudo, se um animal de cerca de 2 kg ingerir uma barra de chocolate ao leite de 120 g, isso pode ser letal. Em um cão de porte maior esta dose pode não ser fatal, mas pode levar a manifestações gastrointestinais e/ ou até neurológicas.
Não há um tratamento específico para a intoxicação por chocolate, sendo feito somente tratamento suporte. O correto é levar o animal o mais rápido possível ao veterinário para que o mesmo tome as medidas adequadas. Quando a ingestão for recente (até 3 horas) deve ser feita a indução do vômito. Já quando o chocolate, por ser composta de lipídios, pode aderir-se à mucosa gástrica, devendo-se então fazer uma lavagem estomacal. A fluidoterapia deve ser realizada, visando fazer uma correção dos eletrólitos, bem como a reidratação do animal.

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