segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Odontologia em Pequenos Animais: Acúmulo de placa bacteriana provoca doença na boca do animal

 

Os tratamentos dentários de cães e gatos, devido às particularidades das espécies, devem ser realizados por médicos veterinários com experiência na área. Dentre as principais doenças que acometem a boca dos animais estão à doença periodontal, caracterizada pelo acúmulo de tártaro, fraturas dentais, tumores e neoplasias e, especificamente nos felinos, é bastante comum à lesão reabsortiva odontoclástica felina, anteriormente conhecida como cárie dos gatos.
A doença periodontal é responsável pela inflamação da gengiva (gengivite) e destruição de tecidos de sustentação do dente (periodontite), e é causada pela placa bacteriana, esta é o resultado da organização de bactérias presentes na cavidade oral, devido à falta de higienização. O acúmulo de placa bacteriana na superfície do dente, e principalmente na região próxima a gengiva, induz a resposta inflamatória no organismo (gengivite), e a sua progressão (periodontite) decorre do agravamento da infecção e do processo inflamatório.
O problema pode piorar quando a placa bacteriana sofre deposição de material mineral e forma o famoso “tártaro”. O tártaro é oriundo de um material pegajoso e amarelo que se deposita na superfície dos dentes (placa bacteriana ou biofilme) e que sofreu um processo de mineralização pela precipitação de sais minerais provenientes da saliva, sendo denominado de cálculo dentário. O problema é muito mais sério do que as pessoas possam imaginar. A doença periodonto é a causa de maior prevalência na clínica de pequenos animais, que se caracteriza pelo seu caráter crônico.
Quando a doença atinge o periodonto de sustentação (periodontite) pode haver lesões graves no osso ao redor do dente que são irreversíveis, podendo levar à perda do dente. A placa bacteriana presente também é responsável pela halitose (mau hálito), pois libera gases sulfurosos, responsáveis pelo mau cheiro.
Alguns sintomas são comuns nas doenças orais dos cães e gatos como: o mau cheiro na boca, salivação intensa, presença de secreção ou muco acentuado, sangramento gengival, dor, desconforto, dificuldade em mastigar ou engolir alimentos e dente mole ou perda do dente. Sangramento nasal, espirros frequentes, aumentos de volume, causando deformação na boca ou nariz são sinais de que algo não está bem com o animal. Gatos que não se alimentam ou que não se lambem também podem indicar dor de dente.
As alterações provocadas pela doença periodontal não se restringem à cavidade oral, mas inclui diversas alterações sistêmicas, tais como: doença renal (glomerulonefrite), doença hepática (hepatite), doença articular (poliartrite), doença cardíaca (endocardite bacteriana), além de relatos na literatura sobre meningite e discoespondilite.
Uma vez diagnosticada, o único tratamento efetivo é realizado pelo médico veterinário. O tratamento é complexo, e em diversas ocasiões, muitas extrações são necessárias. A simples retirada dos cálculos dentários com uma pinça, sob sedação, não permite a completa remoção de todo cálculo, mascarando as lesões.
Infelizmente a doença periodontal não tem cura, mas sim, controle. Isto porque a boca dos animais, assim como a dos humanos não é estéril. O controle da placa se dá principalmente através da higienização diária (escovação) e profilaxias profissionais regulares.
De nada adianta a realização do tratamento feito pelo médico veterinário se o proprietário não participar ativamente do processo. Os animais devem ter seus dentes escovados, se não diariamente, pelo menos com um intervalo de três dias, com o intuito de evitar a formação da placa bacteriana. O importante na escovação dos dentes dos animais é torna-la agradável para o animal. Nunca force uma escovação, isso pode estressá-lo e gerar algum trauma. Procure realizar o procedimento antes da atividade que o animal mais goste.
Recomenda-se utilizar escovas e cremes dentais específicos para animais. Ração seca, ossinhos, bifinhos, biscoitos e brinquedos auxiliam na remoção da placa bacteriana, mas não substituem a escovação diária.
Fonte: Mundo do Cachorro
Adaptação: Revista Veterinária

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