Donos devem levar cachorros para passear antes das 10h e após as 18h.
Gatos devem ter mais fontes de água à disposição, diz veterinária.
Cachorros e gatos de estimação exigem cuidados extras em dias de calor e de sol, afirmam veterinários ouvidos pelo G1.
O consumo de água, o tamanho dos pelos, o local onde o animal dorme, o
uso de ventiladores, tudo deve ser bem observado pelos donos no verão.
Os passeios, no caso dos cães, devem ser feitos em horários em que o
sol não esteja tão forte. Uma orientação para evitar o sol é levar o pet
para passear antes das 10h e após as 18h, afirma Maurício Duarte,
médico veterinário do Hospital Cães e Gatos de Osasco, na Grande São
Paulo.
Cadela labrador na piscina em um dia de calor
(Foto: Isabela Figueira de Andrade/VC no G1)
"É importante ficar atento para o caso de cachorros de focinho curto,
de raças como boxer, pug e bulldog. Eles têm mais dificuldade para
trocar calor", afirma Duarte. Como os cães transpiram pelo focinho, em
dias quentes animais com esta característica podem ter mais dificuldade
para respirar, para suar e até para dormir, pondera o veterinário.
"Cerca de 90% dos casos de insolação e de problemas relativos ao calor
que atendemos ocorrem com estes cachorros."
Duarte orienta os donos de pets a evitarem ventilador incidindo
diretamente no animal. "O proprietário faz isso com boa intenção, mas
dependendo do cachorro, pode causar traqueíte", diz ele. A traqueíte
também é conhecida como "tosse canina" e é uma infecção das vias
respiratórias.
Hidratação
Cães e gatos precisam beber mais água no verão, afirmam veterinários.
No caso de passeios com cachorros, é bom oferecer a eles uma fonte de
água a cada 15 ou 20 minutos, diz a médica veterinária Camilla
Francisco, do pet shop Mercado Animal.
"Raças com peles mais sensíveis, como o pit bull, podem requerer passar
um protetor solar antes dos passeios, mesmo nos horários com menos
sol", afirma Camilla. Ela ressalta que a indicação é usar protetor solar
comum, o mais neutro possível, sem cheiro e cor. Protetores solares
específicos para animais não são muito fáceis de encontrar, portanto
pode ser usado um protetor solar de marca convencional em separado para o
cão, pondera a veterinária.
Duarte ressalta que protetor solar em cachorro deve ser passado nas
orelhas, principalmente nas bordas, e no focinho. "São os locais mais
afetados", diz ele. Com relação à exposição ao sol, a veterinária do
Mercado Animal avalia que bichos com pelagem clara, pelos mais curtos e
os albinos são os mais suscetíveis.
"Bull terrier, pit bull costumam ter pelos mais brancos, e já têm uma
predisposição genética para ter dermatopatias [doenças de pele]", diz a
especialista. Outras raças que exigem cuidados com o sol são dálmatas,
lhasa apso e shih tzu, assinala Camilla.
Cão da raça dálmata; animais de pelo branco são
mais sensíveis ao sol, diz veterinário
(Foto: Divulgação/Edmilson Reis)
mais sensíveis ao sol, diz veterinário
(Foto: Divulgação/Edmilson Reis)
Patas queimadas
O veterinário do Hospital Cães e Gatos ressalta ocorrerem casos de
cachorros que chegam com queimaduras na planta das patas, o chamado
"coxim", devido ao animal ter sido levado para passear por longos
períodos em local com asfalto ou calçada em dia muito quente.
"Acontece com frequência. A gente orienta a levar o cachorro para uma
área de grama, um parque", diz Duarte. Estes locais são melhores para o
cão passear e ajudam a evitar que os animais sofram queimaduras.
"Existem botinhas que podem ser colocadas nas patas do cachorro, mas em
geral eles não se acostumam. Acredito que o melhor é evitar [locais de
asfalto]", pondera o veterinário.
Tanto Duarte quanto Camilla orientam os proprietários a não colocarem
roupinhas em seus pets em dias de calor. "Tem muita gente que fala que é
'roupinha de verão', mas no verão eu sou contra. O melhor é deixar o
animal sem a roupa", diz a veterinária do Mercado Animal.
Aparar a pelagem do cachorro também é importante no verão, afirma
Duarte. "Para os cachorros peludos, a orientação é fazer tosa se
possível", diz o veterinário.
"Outra coisa que acontece e é comum é o animal se jogar na piscina.
Labrador, principalmente, se joga mesmo. Já pegamos animal afogado, com
infecção no ouvido", ressalta Duarte. É preciso tomar cuidado nestes
casos, considera o veterinário.
Gato da raça Bengal em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo
(Foto: Rodolfo Tiengo/ G1)
Cuidados com gatos
Os gatos em geral exigem menos cuidados porque não precisam ser levados
para passear, afirma Camilla. "Eu deixaria a água corrente, em
torneiras ou outras fontes, abertas por mais tempo do que o normal", diz
ela, referindo-se à hidradação dos bichos.
Para fazer o animal beber mais água, uma dica é deixar duas ou três
fontes de água corrente em casa, afirma o veterinário do Hospital Cães e
Gatos. "Dobra a quantidade de água que ele toma, se deixar o líquido em
movimento", afirma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário