Muito se engana quem pensa que o diabetes é um mal que só atinge os seres humanos.
A doença, que consiste na incapacidade ou ineficiência de produção de
insulina, também é muito frequente em cães e gatos. As principais
causas da disfunção são de origem genética, mas a obesidade também é um
dos fatores que pode desencadeá-la, inclusive nos animais.
Com o aumento do poder socioeconômico no país, os animais de
estimação recebem um cuidado melhor de seus donos e, consequentemente,
tem sua expectativa de vida prolongada. A alimentação à base de ração de
boa qualidade e com alto valor energético é um dos motivos para esse
prolongamento. Porém, é preciso ficar atento para que não ocorram
exageros. “Se essas rações não forem oferecidas de maneira restrita,
obedecendo ao requisito do animal, ele pode desenvolver obesidade e
também a diabetes”, alerta a médica veterinária Júnia Maria Cordeiro
Menezes.
De acordo com a veterinária, algumas raças já têm pré-disposição à
diabetes como o poodle, pinscher, bichon frisé e os mestiços dessas
raças. Entretanto, o grande “vilão” para desencadear a doença é a
obesidade. “Normalmente a obesidade do cão e do gato é responsabilidade
do dono, pois a grande maioria dos animais não possui problema
endócrino”, diz. Para ela, uma das formas de manifestação de carinho do
proprietário com o seu animal é através da alimentação. “Muitos
alimentam o seu animal de estimação de forma inadequada por ser um
momento de interação. Acontece também de o próprio proprietário ter um
mau hábito alimentar, o que se estende ao animal”, explica.
Diferentemente dos humanos, os animais não fazem exames de prevenção
contra doenças. Dessa forma, normalmente o cão ou gato que chega com
diabetes para consulta no hospital, já apresenta sintomas como catarata,
aumento do volume da urina e da ingestão de água e emagrecimento. “A
maioria dos proprietários já suspeita da doença em seus animais, pois os
sintomas são semelhantes aos dos humanos,” observa Júnia.
Uma vez feito o diagnóstico, o tratamento é semelhante ao da medicina
humana. “Recomendo sempre controlar o animal com o aparelho utilizado
para fazer medições de glicose”, diz a veterinária. Ela afirma que a
monitoramento é importante para que o animal não passe muito tempo no
hospital. “O que observamos é que o animal diabético que precisa ficar
internado para fazer a curva glicêmica fica estressado e não se
alimenta. Isso pode piorar o quadro”, relata.
Júnia afirma que os animais diagnosticados no estágio inicial da
doença têm uma boa sobrevida. “Muitos animais chegam a viver a
expectativa de vida normal”, completa.
Fonte: UFMG
Nenhum comentário:
Postar um comentário