quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Levando o gato ao consultório veterinário sem estresse




Para que os gatos possam ter vida longa e de qualidade, são necessários cuidados de saúde, em especial os preventivos, portanto é fundamental a realização de avaliações veterinárias periódicas. A maioria dos gatos não gosta de sair de casa, principalmente se for para ir ao veterinário, começando pela dificuldade de se colocar o gato dentro da caixa de transporte. Se essa etapa puder ser facilitada, a visita se torna menos estressante para o gato e para o proprietário.
 Gatos sentem-se mais confortáveis na presença de um familiar e precisam de tempo para se ajustar a novos ambientes e pessoas desconhecidas, como é o caso do consultório veterinário. Dessa maneira, essa característica comportamental felina deve ser respeitada. O proprietário deve se manter calmo no dia de visita à clínica veterinária, uma vez que os gatos podem perceber sua ansiedade ou frustrações, o que pode causar-lhes medo, ansiedade e comportamento de agressão.
 Os gatos não aprendem com punição ou força. Dar recompensas para encorajar o comportamento positivo deve ser estimulado. Por exemplo, se o gato está sentado calmamente dentro ou próximo da caixa de transporte, uma recompensa como um petisco apropriado para gatos (existem vários no mercado) pode ser fornecido, alguma brincadeira ou até mesmo um afago é interessante para que o bichano possa fazer uma associação positiva com o transporte e passe a entrar dentro dele de forma voluntária.
Da mesma forma, as recompensas podem ser dadas para auxiliar o felino a se familiarizar com o tipo de tratamento realizado pelo veterinário (por exemplo, manipulação das patas, orelhas, olhos, boca, etc). O proprietário deve ser persistente e recompensar o gato sempre que preciso.
É interessante que seja colocado dentro da caixa de transporte algum tipo de tecido que seja familiar ao gato, que tenha seu cheiro e/ou do proprietário para que o gato se sinta mais seguro. Guloseimas ou brinquedos, catnip (erva do gato) também podem ser um atrativo para que o gato entre dentro da caixa de transporte.
Muitas vezes, o proprietrário observará que as coisas colocadas dentro do transporte serão removidas pelo gato nos primeiros dias, princialmente durante a noite, quando ninguém estiver por perto. Pode levar dias ou semanas até que o gato se acostume com o transporte. Por esse motivo, o proprietário deve ser paciente, calmo e sempre recompensar o felino. Se mesmo depois de algum tempo, ainda houver problemas em colocar o gato no transporte, deve ser avaliado se o manejo está sendo feito da forma sugerida pelo veterinário e se o tipo de caixa de transporte é a mais indicada para aquele gato.
Se o animal precisa ser levado ao consultório veterinário e ainda não está habituado à distância e ao transporte, deve-se colocar a caixa de transporte em uma pequena sala com alguns esconderijos. Leva-se o gato até lá e sem movimentos bruscos, fecha-se a porta da sala. O gato não deve ser perseguido. Com movimentos calmos e lentos, o gato deve ser encorajado (guloseimas, brinquedos, afago) a aproximar-se do transporte. Se o gato não entrar no transporte, deve-se remover a porta e/ou a parte superior do transporte (algumas caixas tem essa opção – ideal) e gentilmente colocar o gato na caixa. Posteriormente, encaixa-se lentamente a parte superior e a porta do transporte.
 Além da colocação de tecidos que o bichano é familiarizado, a pulverização de feromônio facial felino sintético (Feliway ®) dentro e ao redor da caixa de transporte, pelo menos 30 minutos antes de colocar o gato dentro dele, auxilia bastante na manutenção da tranquilidade do felino. Este spray também deve ser pulverizado dentro do carro e no consultório veterinário.
Os gatos são muito sensíveis aos odores e aromas estranhos, podendo resultar em não reconhecimento daquele felino que saiu para visita veterinária por parte dos demais gatos da casa e consequentemente agressão. Assim que o gato retorne à residência, deve ser mantido na caixa de transporte por alguns minutos com o intuito de observar como os demais gatos reagem à sua chegada. Se todos os gatos parecerem tranquilos e pacíficos, o gato pode ser retirado da caixa de transporte.
Se for percebido algum tipo de tensão entre eles, o gato deve ser mantido no transporte até ser conduzido a um cômodo separado para evitar uma possível agressão. Água, comida, bandeja sanitária (liteira), local de descanso e esconderijo devem ser oferecidos e o gato ser mantido, por no mínimo, 24 horas dentro deste cômodo para que recupere o cheiro mais familiar da casa (cheiro de grupo). O spray de feromômio deve ser pulverizado em toda casa para promover sensação de familiaridade a todos os gatos da casa.
 Para futuras visitas, o mesmo esquema deve ser realizado. Se houve muita dificuldade de reintrodução daquele gato ao ambiente após a visita, em decorrência do não reconhecimento e agressão dos demais gatos, é sugerido, se possível, que todos os gatos sejam levados ao veterinário conjuntamente ou, pelo menos, aqueles que causaram problemas anteriormente. Isto pode minimizar ou impedir conflitos futuros.
É importante lembrar que alguns gatos, enquanto estão sendo transportados, gostam de ver o que está acontecendo ao seu redor, enquanto outros, mais ansiosos e/ou medrosos, preferem não ver nada, sendo interessante cobrir a caixa de transporte com um cobertor ou toalha para impedir que vejam e sejam vistos.
Por mais dócil e manso que o gato seja jamais deve ser transportado no colo do proprietário. Se o gato se assustar por qualquer motivo, seu instinto será agredir quem o segura, no intuito de fugir e se esconder. Se isso ocorrer fora das dependências do consultório veterinário, é bem possível que o gato fuja pra longe e o proprietário nunca mais o veja.
Autor(a):  Tathiana Mourão dos Anjos (ANJOS, T.M.) Professora dos cursos: Medicina Felina e Nefrologia e Urologia em Pequenos Animais (CPT Cursos Presenciais).
Adaptação: Revista Agropecuária

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