A oftalmologia
é uma especialidade em crescente expansão na Medicina Veterinária.
Representa um ramo da medicina responsável pelo diagnóstico e tratamento
de enfermidades nos olhos e em seus anexos.
O olho é um órgão único e constituído
por tecidos nobres e altamente especializados que são responsáveis por
um dos principais sentidos: a visão. O paciente portador de
oftalmopatias necessita de uma intervenção rápida e correta com objetivo
de diminuir a dor, impedir automutilação, controlar a pressão
intraocular, combater as infecções e preservar a visão.
Para a realização do diagnóstico das oftalmopatias é preciso levar em consideração o histórico completo do animal, realizar exames sistêmicos e oftálmicos do paciente.
Algumas raças de cães e gatos têm
predisposição a doenças oftálmicas específicas, que podem ser congênitas
(de nascimento) ou adquiridas. Cães jovens das raças sharpei, bulldog,
rottweiler, chowchow, entre outras, frequentemente desenvolvem
alterações de conformação das pálpebras, que requerem tratamento cirúrgico.
Outra afecção comum em animais jovens que tem indicação cirúrgica é o
prolapso da glândula da terceira pálpebra, que surge como uma bolinha
vermelha no canto interno do olho e pode resultar em desconforto e
secreção ocular excessiva.
Raças de focinho curto e olhos
salientes, como pug, shihtzu, lhasaapso, pequinês e gato persa comumente
sofrem de úlceras de córnea e exigem cuidados especiais, dada a
conformação da face. Outra doença oftálmica diagnosticada com maior
frequência em cocker spaniel, poodle, beagle e bulldog é relacionada à
lubrificação da superfície dos olhos. Esses animais podem produzir
lágrima em quantidade e qualidade inadequadas.
Para a realização do exame oftalmológico,
primeiramente são examinados o olho e a região periocular, verificando
se existe alguma alteração mais evidente. Em seguida o exame passa para
sala escura onde o clínico examina as estruturas como a córnea, a íris e
o cristalino, entre outros. Em alguns casos faz-se necessário a
dilatação das pupilas para uma melhor visibilidade do cristalino, em
casos de catarata, ou para a realização do exame de fundo de olho
(oftalmoscopia), o qual possibilita a inspeção da retina.
O diagnóstico precoce e apurado da doença ocular permite um tratamento adequado.
As doenças oftalmológicas mais comuns em cães e gatos são:
- Ceratite: A ceratite se caracterizada por uma inflamação na córnea, sua origem pode ser um trauma, o mau posicionamento dos cílios ou uma fragilidade ocular. Ao notar o comprometimento, leve o animal imediatamente ao oftalmologista. Para o tratamento é recomendado o uso de antibióticos orais ou em forma de colírio, que devem ser administrados, no mínimo, quatro vezes ao dia até a cicatrização.
Raças com maior risco:
aquelas com os olhos grandes, como o lhasa, o shi-tsu e o buldogue.
Como a região ocular é maior, a lágrima evapora rápido, diminuindo a
proteção natural.
- Glaucoma: O glaucoma ainda não tem cura, nesta doença a pressão intraocular fica elevada. Devagar, vai causando a morte das células do nervo óptico, levando à cegueira. A idade contribui para o aparecimento do problema, que acaba surgindo entre os 4 ou 5 anos dependendo do cachorro. Se descoberta no início, a doença pode ser controlada com a aplicação intravenosa de um diurético que facilita a drenagem do líquido acumulado dentro do globo ocular, ajudando a aliviar a pressão. Além disso, colírios hipotensores deverão ser usados por toda a vida.
Raças com maior risco: cocker, sharpei, basset, basset hound, beagle, samoieda e husky, por uma questão genética.
- Catarata: A catarata é uma doença silenciosa que, nos cachorros, chega tanto na juventude como na velhice (acima dos 9 anos). O cristalino, lente interna dos olhos, fica opaco e não deixa que a luz chegue à retina. Por isso, o animal não enxerga. Em casos de catarata as cirurgias são realizadas com facoemulsificação, método mais seguro e com melhores resultados.
Raças com maior risco: poodle, cocker, schnauzer, yorkshire e lhasa.
- Uveíte: A uveíte é a inflamação da úvea, que compreende a íris, o corpo ciliar e a coroide, membrana que forra a parte posterior do olho. Infecções e traumas também fomentam a uveíte.
Para um diagnóstico correto é importante
procurar a ajuda de um médico veterinário preparado para atender de
forma correta. A capacitação do profissional é fundamental para
complementar a formação dos Médicos Veterinários possibilitando o
diagnóstico e tratamento das diversas doenças oculares.
Fonte: Web Animal
Adaptação: Revista Veterinária
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